“Ele se realizava em estar
julgando”. Com essas palavras o juiz Guilherme Newton do Monte Pinto se refere
ao pai, já falecido, Newton Pinto, que foi juiz, desembargador e presidente do
TJRN e do TRE/RN. A grande vocação do pai pela magistratura despertou ainda no
menino Guilherme a admiração pelo Direito. “Meu pai passava o dia lendo e
julgando e via a magistratura como uma missão, um sacerdócio. Ocupou muitos
cargos e funções, mas a grande satisfação da vida dele sempre foi apenas
julgar, procurando fazer justiça” , afirmou o juiz Guilherme Pinto.
O pai havia sido deputado
estadual por 12 anos e tinha outros 03 cursos superiores, mas foi a vocação
para o Direito que sempre ditou a vida do senhor Newton Pinto e seu exemplo
estimulou o filho a seguir a carreira da magistratura. “Sempre tive ele como um
espelho de profissão e inspiração na magistratura”, afirma o juiz Guilherme
Pinto, que lembra ainda que o pai tinha como referência maior o Desembargador
Miguel Seabra Fagundes.
Guilherme Newton do Monte Pinto nasceu em Apodi, cursou Direito na UFRN
onde se formou em 1989, advogou por um breve período até ser aprovado nos
concursos para promotor e juiz de direito. Iniciou na magistratura potiguar em
1990 na comarca de Portalegre, depois foi para Santa Cruz, Macaíba e João
Câmara. No mesmo dia da aposentadoria do pai como magistrado, saiu a remoção do
juiz Guilherme Pinto para Natal, onde atua até hoje como titular da 6ª Vara
Criminal. Foi juiz da 2ª Zona Eleitoral de Natal, membro do TRE, juiz auxiliar
da presidência nas gestões dos presidentes Caio Alencar, ítalo Pinheiro e
Judite Nunes. Nessa última gestão, lembra de um momento difícil para todo
Judiciário potiguar, que foi a apuração do desvio no pagamento dos precatórios.
“A apuração foi necessária, ainda que, em um primeiro momento, tenha exposto o
Poder Judiciário de forma negativa. Mas a lição que fica é a de que o Judiciá-
rio têm que enfrentar e resolver seus próprios problemas, cortar seus pró-
prios vícios e superar suas dificuldades”, afirma
AMARN –
Um homem comprometido com os ideais de valorização da magistratura potiguar.
Com esse perfil o juiz Guilherme Pinto mudou até então a história da associação
dos magistrados do RN, transformando-a numa entidade mais voltada para o
aspecto institucional, saindo em defesa das prerrogativas da magistratura e da
boa prestação juriscional. Presidente da AMARN de 2000 a 2002, fez em pouco
tempo uma gestão moderna e democrática, conseguindo despertar em muitos colegas
o sentimento de luta institucional. “Desde o início, não era um candidato, mas
um grupo de magistrados com os mesmos ideais e com o objetivo de estabelecer um
novo perfil institucional. A luta pelos nossos objetivos e a intransigência na
preservação dessa postura rendeu frutos e inspirou lideran- ças institucionais,
a exemplo dos 03 últimos presidentes da AMARN, Madson, Azevedo e Rayanne”,
lembra
Na então
gestão do presidente Guilherme Pinto, a AMARN esteve no centro de debates e
realizações da magistratura nacional, tendo ocupado a vice-presidência
institucional da AMB. Como presidente da AMARN, Guilherme Pinto realizou, pela
primeira vez em Natal, o Congresso Brasileiro de Magistrados e pela primeira
vez no Brasil o Congresso Internacional de juízes da Língua Portuguesa. “Trazer
para Natal e aqui realizar o até então maior e mais elogiado Congresso
Brasileiro só foi possível porque houve uma impressionante mobilização e
intenso trabalho da quase totalidade dos magistrados do Estado. Já o
Internacional teve particularidades que o tornavam bastante complexo, desde o
momento em que lançamos, na Ilha da Madeira, a candidatura de Natal, que
disputou e venceu diversos outros países que queriam sediar o evento, até a
presença, em Natal, de Presidentes e membros das Supremas Cortes de todos os
países de lingua portuguesas”.
CARREIRA – Guilherme Pinto foi professor da Esmarn,
presidente da Turma Recursal dos Juizados Especiais e por duas vezes ocupou
coordenação da escola de magistratura. Fez especializações em Direito e
Cidadania, pela UFRN e penal e processo penal pela PUC/SP. Fez mestrado em
Direito Político pela Universidade Mackenzie, em São Paulo. Sempre dedicado
naquilo que faz, tem como meta a celeridade no andamento dos processos. Para
tanto, tem por hábito chegar bem cedo ao Fórum Miguel Seabra Fagundes, antes
mesmo do início do expediente, e só sai de noite, quando termina todo o
trabalho previsto para o dia. Perguntado sobre seus sonhos e ambições
profissionais, responde sem hesitar: “apenas ser um bom Juiz, respeitado pelos
meus colegas e continuar oferecendo o melhor que posso aos meus
jurisdicionado”, fala com orgulho.
VIDA –
Casado com a juíza de Direito Flávia Dantas Pinto - os dois se conheceram na
magistratura – Guilherme Pinto afirma adorar a área de humanas e diz que o
Direito o transformou em um homem mais consciente da vida. Tem três filhos. Os
dois mais velhos, do primeiro casamento, seguiram a carreira do pai. Lucas
Pinto, o mais velho, é Procurador Federal em Mato Grosso do Sul e a filha Thaís
Pinto é estudante de Direito. O filho mais novo, com a juíza Flávia Dantas, é
Luís Guilherme de apenas 06 anos. O livro de cabeceira, que foi do seu pai e
hoje o acompanha é do escritor Plínio Salgado: “A vida de Jesus”. “Não é um
livro religioso, apenas uma história poética e romanceada da vida de Jesus”.
FONTE – REVISTA ESMARN